– O que é?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por dificuldade de comunicação, englobando inabilidade para linguagem, dificuldade de socialização e comportamento restritivo e repetitivo. Estudos mostram incidência crescente, de pelo menos 1 em cada 100 crianças apresentando algum grau do espectro, afetando mais os meninos.
– Qual a causa?
Verifica-se a existência de causas multifatoriais (genéticas, biológicas e ambientais), no entanto não há um consenso do porquê das alterações das conexões neuronais e as pesquisas continuam.
– Como diagnosticar?
O diagnóstico é essencialmente clínico.
Os pacientes com sintomas leves são inteligentes, mas sensíveis a mudanças súbitas, com uma vida próxima da normalidade e de difícil diagnóstico. Em graus mais graves, implicam em grande dificuldade de relacionamento e na qualidade de vida.
Baseia-se, então, nos sinais e sintomas e leva em conta os critérios estabelecidos por DSM–IV e pelo CID-10, com comprometimento clínico variável (dificuldade de manter contato interpessoal e visual, inabilidade de aprender a falar como uma forma de comunicação, comprometimento da compreensão, movimentos estereotipados e repetitivos, com ou sem deficiência intelectual), de ocorrência antes dos 3 anos de vida.
– O que devo observar na criança?
– Autismo Clássico, na qual os pacientes não estabelecem contato visual com as pessoas nem com o ambiente, são introspectivos, podem falar ou não e não se comunicam pela fala, podem entender enunciados simples e têm dificuldade de compreensão, aprendendo apenas o sentido usual das palavras e nunca o sentido figurado (cuja palavra permite outra interpretação, como duplo sentido), podem demonstrar ausência completa de contato interpessoal (isolados, não retribuem sorrisos), repetem movimentos estereotipados sem significado ou ficam girando ao redor de si mesmas e podem apresentar deficiência intelectual;
– Autismo de Alta Performance (conhecido como síndrome de Asperger), têm a clínica mais branda, sendo verbais e inteligentes, por vezes confundidos com gênios em algumas áreas do conhecimento e quanto menor a dificuldade de interação social, melhor desempenho social;
– Distúrbio Global do Desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE) são pacientes dentro do espectro de dificuldade de comunicação e de interação social, mas os sintomas não são suficientes para classificá-los em nenhuma das categorias específicas do transtorno, com diagnóstico mais difícil.
– Como tratar?
O tratamento se fundamenta na reabilitação global, com envolvimento dos pais, familiares, escola e equipe multidisciplinar (médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e pedagogos). O uso de medicamentos pode ser indicado, a depender da severidade dos sintomas e complicações (na presença de agressividade e de comorbidades, como depressão e ansiedade). Fique atento!